“Qual a boa metáfora para descrevê-la: uma pluma? Uma flor delicada que, por milagre, anda? Um cristal frágil? Sua voz faz-se carícia tímida. Para onde foi a desbocada, de tom enérgico, manejando palavrões que abalaram bem-educados e bem pensantes?(...)" Hilda Hilst
11 de agosto de 2010
Circunstâncias
Precisamos de mais parágrafos felizes
Dos amores que surgem do insuspeito
Que venham de longe,
de onde vaga o pensamento dissonante.
Criaturas inteiras
Que fujam dos recortes de jornais
Que sejam vívidos, impávidos e colossos.
Que saibam acordar e sorrir pela manhã.
Feitos de sossego,
Aurora e oportunidades
Que antes de entrar limpem a sujeira da rua
E que a alma seja leve feito nuvem
Roupa de cama, Taça de vinho e disco de vinil.
Que não virem Porta-retrato no espaço dos outros fatos vis.
Que sejam brevemente demorados
Sussurrando em falsetes outros versos...
Jackeline Nawá
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