“Qual a boa metáfora para descrevê-la: uma pluma? Uma flor delicada que, por milagre, anda? Um cristal frágil? Sua voz faz-se carícia tímida. Para onde foi a desbocada, de tom enérgico, manejando palavrões que abalaram bem-educados e bem pensantes?(...)" Hilda Hilst

28 de dezembro de 2010

Iluminarius


No declive da espera
Flores meditam pela manhã
Corpos ainda sonolentos
Dispersam sonhos dormidos
Relvas de beijos
Noites a fio.
Esperas constantes
Antes ou depois de amanhã
Hão de voltar aqueles versos
E bem depois das estações
Meu coração palpitará em febre
Novos sopros de saudade
Longe dos velhos refúgios e das velhas chamas,
As brasas e as espumas.
Abismos invertidos e choque de flocos de
Gelo contra os astros.