“Qual a boa metáfora para descrevê-la: uma pluma? Uma flor delicada que, por milagre, anda? Um cristal frágil? Sua voz faz-se carícia tímida. Para onde foi a desbocada, de tom enérgico, manejando palavrões que abalaram bem-educados e bem pensantes?(...)" Hilda Hilst
31 de agosto de 2009
(Imagem de Diego Riviera)
Moreno
De uma vida (sem eira nem beira)
Sorriremos e fugiremos
Rapidamente
Antes que chegue a próxima desilusão.
Teus cabelos já não são esconderijos
Já não busco em ti minha paz
O passado bateu na porta
E te levou de lá...
Sufocando sob o sol e a alegria
Eu escuto música, os gritos, os risos
Que eclodem e ressoam por todos os lados
E perdida nessa gente que me empurra
Atordoada, desamparada, eu fico lá...
Solitariamente perdida no ar.
Jackeline Oliveira
30 de agosto de 2009
Poeminha alcoólico
São nessas noites
Que o espírito não basta
Ser não serve
O que se espera escore feito vento endoidecido
Coração desfalece
Vontade que dá é de pegar carona com aquele velho desconhecido
Deitar na calçada e rasgar o vestido
Dormir um sono profundo
Profético
Entorpecido
Deixar de lado a lucidez
A languidez de dias tortos..
E as feridas dessa vida ...
18 de agosto de 2009
Um sonho:
Ele se perdia em meio à multidão,
Deixava-me um par de brincos
E o seu perdão,
Uma flor feita de espinho
Apressadamente despetalou,
Beijos outrora não roubados
Perpetuados de vontade
Degustados em vinhos
Como papilas vibrantes
Água acida de um destino que separa,
Um desejo em cálices de calar,
Que o tempo leva como o outono,
Num cantar,
Um cinema mudo...
De atores surdos...
Jackeline
14 de agosto de 2009
NOVA COR
Gosto dessa sua nova cor
Gosto das suas novas roupas
Das suas notas novas
Do seu novo amor
Logo agora
Agora que te sinto perto
Foi pra longe
Receba-te o mar
Receba-te em flor
Volta logo
E não me deixa em cais
Não me deixe em dor
Venha antes de isso virar ardor
Venha antes de eu partir
Venha amor
Chega de surpresa e me leve nos braços
Temos outros planos
Quem sabe de outro alguém
Quem sabe
Um outro dia acabe
Quem sabe um novo amor
Jackeline Oliveira
1 de agosto de 2009
A sorte é vil
E também vilã,
Por horas nos deixa com o gosto quente
Dos bolsos cheios,
Por outras
Nos deixa como
Se chegássemos um minuto
Atrasado para o último vôo.
Nesses paralelos o coração
Vibra morto,
Nos solavancos dessa estrada vida,
Nesse humano ser,
Dessas roupas visto,
Desse moinho a alma,
Ainda há tempo de desfalecer....
Jackeline
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