“Qual a boa metáfora para descrevê-la: uma pluma? Uma flor delicada que, por milagre, anda? Um cristal frágil? Sua voz faz-se carícia tímida. Para onde foi a desbocada, de tom enérgico, manejando palavrões que abalaram bem-educados e bem pensantes?(...)" Hilda Hilst
27 de junho de 2009
A ESPERA
Diz o tempo:
De joelhos não é maneira de ser livre,
Estava aqui a te esperar,
Espera insana.
Digo eu:
Longas noites permitam-me sentir...
Guardo o vinho!
Guardo o beijo!
Fecho a porta!!
Estou viva...
Sob meu ser, está uma estrada que desapareceu.
Diz o tempo:
Por que dormir descontente?
Ah, o preço de ter companhia!
A riqueza dos bolsos vazios..
Digo eu:
Eu o desejei por tanto tempo...
Diz o tempo:
Isto é só outro dia?
É uma arte viver com dor,
misture a luz com cinza,
Leve os reinados, e vá para o claro.
Amor é tudo que você precisa!!
amor, amor...
Jackeline
18 de junho de 2009
Derradeira poesia
Paixão,
Saio de cena
Cansei de brincar de amor.
...
Todo carnaval tem seu fim.
E eu,
Cheia de nervos sem aço,
Ousei outrora voar nos braços de um vento louco,
Sem direção, voando só por voar..
...
Um partido coração.
Sem samba maior...
Nos campos da disritmia...
De um descompasso em dó.
Paixão,
Vou para as ilhas da desilusão,
Selando assim a nossa separação.
Não tem sentido amar assim.
O encanto se quebrou
...
Final feliz, Você sem mim.
Jackeline
15 de junho de 2009
Na minha rua tem João de barro e poesia
Tem sino, tem igreja tem harmonia..
Tem som, tem barulho, tem regalias...
Tem palmito, tem banana tem rosa de dia...
Tem casario, casa velha, danceteria..
Tem jabuticabas, tem lençóis, tem padaria...
Tem gente nova, gente velha, doceria..
Tem brisa, tem varanda, tem alegria..
Tem arte, arteiros e serraria..
Tem de noite, tem de dia...
Tudo passa por aqui,
Passa o vento, passa o sol, Passa a maresia...
Tem um, tem dois, tem calmaria
Nada passa sem passar, nada ficar pra ficar...
Tem bicho, tem lixo...
Tem ontem, tem o hoje, tem dias...
O meu resto, meu café, meu jantar,
Meu mundo inteiro que é tão fácil enxergar...
Ah!! se essa rua fosse minha...
Jackeline
14 de junho de 2009
ERA UMA VEZ O TEMPO
Vivemos tentações de livros,
Escritos antigos
Que mudam como o tempo
Se olhar para o céu
Verás
O tempo cortado em forma de estrelas cadentes
Caindo em feixes de luz
Rasgando o céu no meio
Serpenteando sem palavras o vento
Uma gritante tentação
Que silencia feito trovão.
E o futuro só existe...
Na inquietude constante
De um presente ausente.
O passado sobrevive
em papiros de papelões...
Ciclos de eras...
Mocinhos e vilões...
Que o destino engana...
E a beleza é plena só no olhar...
Nawá
2 de junho de 2009
Rosas geladas
Use o conhecimento com perseverança e consciência
O amor poder ser doninante
Seja atento e assíduo porque:
A qualquer hora a qualquer momento
Ele pode renascer
Deixe de lado árvores secas
Esteja atento
Chega de ausências
Busque braços de abraços quentes
Pois o frio logo vem
Seco e umido..
No iverno a solidão se acentua
Tome vinho seco
Para esqueNtar o coração
E esteja pronto
Se apronte
Use cachecóis
Desate os nós
Esteja livre ...
As mulheres são assim, mudam como o tempo....
Nawá
1 de junho de 2009
Um velho papel bordô
Morrer de sede em frente ao mar
Um velho papel bordô
Lembra-me que o tempo já passou
Vivo só num turbilhão de pensamento
Que saudade, que saudade...
Por onde andará a minha sensatez?
Perdeu-se em outros tempos...
Pensando em versos
Vejo-me de volta
Para os lares antigos de novos beijos
Realejos quentes
De corpos ardentes
Devaneios... apenas devaneios...
De uns tempos pra cá começo a acreditar
Que na cadencia de ser
Vivem-se sete vidas para que?
Uma bússola de ouro
Um relógio antigo
Que nos deixa a esperar o calor que vem desumano...
Hoje certo pesar de descontentamento,
Faz com que eu rogue preces de amor eterno...
Mas se apresse, pois o tempo já passou...
Nawa
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