“Qual a boa metáfora para descrevê-la: uma pluma? Uma flor delicada que, por milagre, anda? Um cristal frágil? Sua voz faz-se carícia tímida. Para onde foi a desbocada, de tom enérgico, manejando palavrões que abalaram bem-educados e bem pensantes?(...)" Hilda Hilst

9 de março de 2010

Uma aurora

Assim me sinto
Um satélite vagando pelo céu
Felicidade é pouco
O que eu vejo ainda não tem cor
O que eu sinto ainda não tem face
O meu coração é um fingidor
Finge até que é dor
Uma virginiana imperfeita
Que nem de longe
Sabe ao certo se é terra ou é luar
Tantas faces bobas
Que de tantos tropeços
Virou do avesso e não soube ser
Se quiser me acho no emaranhado meu
Que assim seja
E que eu veja
Logo depois
O que já era eu antes do fim.

Jackeline

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