“Qual a boa metáfora para descrevê-la: uma pluma? Uma flor delicada que, por milagre, anda? Um cristal frágil? Sua voz faz-se carícia tímida. Para onde foi a desbocada, de tom enérgico, manejando palavrões que abalaram bem-educados e bem pensantes?(...)" Hilda Hilst

10 de fevereiro de 2009


Gesticulando fatos fartos de mim
Desprendo-me das minhas asas
Quero agora o chão mais quente,
O calor mais frio,
O vento mais seco,
O vestido mais estático...
As rosas mais vendidas,
O beijo mais azedo,
O corpo mais torto,
O grito mais baixo,
O gozo mais raso...

E deveras quando acordar,
Esteja eu em uma outra vestimenta,
Sem pele,
Só luz.

Nawá

2 comentários:

Ivy disse...

O que sou eu, perto da profundidade das tuas palavras? O silêncio gritante

Anônimo disse...

Você vai ali a onde eu não posso ver, para ver-se.
Quando volta? O que verei depois dessa troca toda?
O que serei não importa... Gerando-me luz sem me ver quando sorrir... Eu desligado, terei notado o meu algo de dez anos.
Até a próxima.