“Qual a boa metáfora para descrevê-la: uma pluma? Uma flor delicada que, por milagre, anda? Um cristal frágil? Sua voz faz-se carícia tímida. Para onde foi a desbocada, de tom enérgico, manejando palavrões que abalaram bem-educados e bem pensantes?(...)" Hilda Hilst
10 de dezembro de 2009
Não foi aquela bicicleta que me deixou em pedaços
Foi o vôo livre do meu coração
Literalmente ferida
Entrei pela porta errada
E errei o alvo
Desci com pressa demais
E fiquei no sótão dos meus pensamentos
Um peixe fora da água
um pássaro sem asas
de Garras quebradas
Quente é a dor de dentro
Frio é o luar.
Quem me dera fazer amor e curar.
Jackeline
14 de outubro de 2009
POEMETO ERÓTICO
Ela feito carne de gazela fita-o no centro dos olhos e de uma lambida só o enrijece..
Ele macho feito bicho sem titubear lhe injeta quente o maga lho até o cabo.
Nawá
Ele macho feito bicho sem titubear lhe injeta quente o maga lho até o cabo.
Nawá
12 de outubro de 2009
O silêncio das estrelas
Tenho uma janela que da pra ver o céu
Tenho um coração que anda batendo pouco
Tenho uma ilusão que já morreu
Tenho versos quentes de uma cama vazia
Tenho sete dias de uma vida eterna...
Seja humano enquanto for
Seja breve antes de ir
Seja louco pra morrer de amor...
Busque em si o que lhe falta em casa
Busque lábios que não foram seus...
Busque a Deus antes que se esqueça...
Fuja antes que
enlouqueça...
Jackeline Oliveira
1 de outubro de 2009
( Imagem de Frida Kahlo)
Mantenha-se honesta mesmo quando não souber quem você é
Mantenha-se honesta e siga aonde vão seus pés
Mantenha-se honesta enquanto ama
Mantenha-se honesta quando sente medo
Mantenha-se honesta enquanto houver tempo de ser....
Minha poesia anda por ai...
Minha poesia vive por si só..
Ela cria as suas vielas...
Suas rimas e seu tom mais leve na palidez desse teu olhar
Rebuscando a consciência, com medo de viajar...
Jackeline Oliveira
13 de setembro de 2009
(Imagen de Edith Piaf)
Eu não quero mais roubar teu tempo
Já roubei demais
Eu fui fechando os olhos pra não ver quem é você
A canção tocou na hora errada
Teu corpo não veste bem a minha pele
Você é um vinho sem aroma
Eu nunca quis ser a pessoa certa (A grande mulher)
Sou a pessoa errada
Dois estranhos teimando caminhar em par
Duas almas sem lar
Onde viveriam?
Bem, daqui de onde estou já não da pra ser...
Jackeline Oliveira
31 de agosto de 2009
(Imagem de Diego Riviera)
Moreno
De uma vida (sem eira nem beira)
Sorriremos e fugiremos
Rapidamente
Antes que chegue a próxima desilusão.
Teus cabelos já não são esconderijos
Já não busco em ti minha paz
O passado bateu na porta
E te levou de lá...
Sufocando sob o sol e a alegria
Eu escuto música, os gritos, os risos
Que eclodem e ressoam por todos os lados
E perdida nessa gente que me empurra
Atordoada, desamparada, eu fico lá...
Solitariamente perdida no ar.
Jackeline Oliveira
30 de agosto de 2009
Poeminha alcoólico
São nessas noites
Que o espírito não basta
Ser não serve
O que se espera escore feito vento endoidecido
Coração desfalece
Vontade que dá é de pegar carona com aquele velho desconhecido
Deitar na calçada e rasgar o vestido
Dormir um sono profundo
Profético
Entorpecido
Deixar de lado a lucidez
A languidez de dias tortos..
E as feridas dessa vida ...
18 de agosto de 2009
Um sonho:
Ele se perdia em meio à multidão,
Deixava-me um par de brincos
E o seu perdão,
Uma flor feita de espinho
Apressadamente despetalou,
Beijos outrora não roubados
Perpetuados de vontade
Degustados em vinhos
Como papilas vibrantes
Água acida de um destino que separa,
Um desejo em cálices de calar,
Que o tempo leva como o outono,
Num cantar,
Um cinema mudo...
De atores surdos...
Jackeline
14 de agosto de 2009
NOVA COR
Gosto dessa sua nova cor
Gosto das suas novas roupas
Das suas notas novas
Do seu novo amor
Logo agora
Agora que te sinto perto
Foi pra longe
Receba-te o mar
Receba-te em flor
Volta logo
E não me deixa em cais
Não me deixe em dor
Venha antes de isso virar ardor
Venha antes de eu partir
Venha amor
Chega de surpresa e me leve nos braços
Temos outros planos
Quem sabe de outro alguém
Quem sabe
Um outro dia acabe
Quem sabe um novo amor
Jackeline Oliveira
1 de agosto de 2009
A sorte é vil
E também vilã,
Por horas nos deixa com o gosto quente
Dos bolsos cheios,
Por outras
Nos deixa como
Se chegássemos um minuto
Atrasado para o último vôo.
Nesses paralelos o coração
Vibra morto,
Nos solavancos dessa estrada vida,
Nesse humano ser,
Dessas roupas visto,
Desse moinho a alma,
Ainda há tempo de desfalecer....
Jackeline
30 de julho de 2009
O amor é uma lauda eterna
Frio, inerte, ao abismo um corpo morto rui;
Acabara o suplício, acabara....
Cada olhar que despede na longitude do horizonte...
Parece uma expansão de amor e de egoísmo.
Uma invisível mão as cadeias dilui;
Lágrimas não são argumentos,
Frases não são versos,
Beijos não são laços,
A alma suporta com paciência a cólica dos dias...
A melhor definição de amor não esta em livros
E nem nos vales secretos dos deuses rebeldes..
Tudo é de um mistério em cor...
Tudo e de fato cena...
Nostalgia
Agonia...
Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno.
Jackeline
7 de julho de 2009
“Vende-se amor”, diz a placa!!
Um objeto,
Um consumo,
Descartável amor..
50% de desconto no pagamento a vista,
De brinde, um manual de instrução,
Você leva e monta em casa,
Ah!! Tem duas opções: com dor ou sem dor.
Qual você vai querer?
Pense assim ó,
Amor instantâneo feito miojo,
Se você não gostar aceitamos devolução,
Desde que não esteja demasiadamente usado,
Afinal, depois que quebrou não tem como consertar.
Quem vai querer??
É amor, e tem a granel!!
Jackeline Oliveira
6 de julho de 2009
Tempo úmido
Voltei pra casa cedinho...
Quis dormir antes que anoitecesse novamente.
Fiz uma cabana de cobertores
Peguei meu velho livro de bolso:
“Amor líquido”
E fiquei lá o dia todo...
Escutei minha velha música:
“Paralelas”
Levantei fui até a sala e tudo estava tão gelado..
Olhei pela janela e não pude ver a minha velha rua..
Uma neblina abraçou a cidade e não largou o dia inteiro...
Olhei e não pude ver...
Voltei pra “cabana”
Começou a chover...
Agora tudo esta úmido...
Levemente molhado...
Pobre formiga, pobre gafanhoto, pobre lagartixa...
Nada a fazer...
Um tédio, um desassossego...
Volto a dormir na esperança de ver o sol pela manhã...
Jackeline
27 de junho de 2009
A ESPERA
Diz o tempo:
De joelhos não é maneira de ser livre,
Estava aqui a te esperar,
Espera insana.
Digo eu:
Longas noites permitam-me sentir...
Guardo o vinho!
Guardo o beijo!
Fecho a porta!!
Estou viva...
Sob meu ser, está uma estrada que desapareceu.
Diz o tempo:
Por que dormir descontente?
Ah, o preço de ter companhia!
A riqueza dos bolsos vazios..
Digo eu:
Eu o desejei por tanto tempo...
Diz o tempo:
Isto é só outro dia?
É uma arte viver com dor,
misture a luz com cinza,
Leve os reinados, e vá para o claro.
Amor é tudo que você precisa!!
amor, amor...
Jackeline
18 de junho de 2009
Derradeira poesia
Paixão,
Saio de cena
Cansei de brincar de amor.
...
Todo carnaval tem seu fim.
E eu,
Cheia de nervos sem aço,
Ousei outrora voar nos braços de um vento louco,
Sem direção, voando só por voar..
...
Um partido coração.
Sem samba maior...
Nos campos da disritmia...
De um descompasso em dó.
Paixão,
Vou para as ilhas da desilusão,
Selando assim a nossa separação.
Não tem sentido amar assim.
O encanto se quebrou
...
Final feliz, Você sem mim.
Jackeline
15 de junho de 2009
Na minha rua tem João de barro e poesia
Tem sino, tem igreja tem harmonia..
Tem som, tem barulho, tem regalias...
Tem palmito, tem banana tem rosa de dia...
Tem casario, casa velha, danceteria..
Tem jabuticabas, tem lençóis, tem padaria...
Tem gente nova, gente velha, doceria..
Tem brisa, tem varanda, tem alegria..
Tem arte, arteiros e serraria..
Tem de noite, tem de dia...
Tudo passa por aqui,
Passa o vento, passa o sol, Passa a maresia...
Tem um, tem dois, tem calmaria
Nada passa sem passar, nada ficar pra ficar...
Tem bicho, tem lixo...
Tem ontem, tem o hoje, tem dias...
O meu resto, meu café, meu jantar,
Meu mundo inteiro que é tão fácil enxergar...
Ah!! se essa rua fosse minha...
Jackeline
14 de junho de 2009
ERA UMA VEZ O TEMPO
Vivemos tentações de livros,
Escritos antigos
Que mudam como o tempo
Se olhar para o céu
Verás
O tempo cortado em forma de estrelas cadentes
Caindo em feixes de luz
Rasgando o céu no meio
Serpenteando sem palavras o vento
Uma gritante tentação
Que silencia feito trovão.
E o futuro só existe...
Na inquietude constante
De um presente ausente.
O passado sobrevive
em papiros de papelões...
Ciclos de eras...
Mocinhos e vilões...
Que o destino engana...
E a beleza é plena só no olhar...
Nawá
2 de junho de 2009
Rosas geladas
Use o conhecimento com perseverança e consciência
O amor poder ser doninante
Seja atento e assíduo porque:
A qualquer hora a qualquer momento
Ele pode renascer
Deixe de lado árvores secas
Esteja atento
Chega de ausências
Busque braços de abraços quentes
Pois o frio logo vem
Seco e umido..
No iverno a solidão se acentua
Tome vinho seco
Para esqueNtar o coração
E esteja pronto
Se apronte
Use cachecóis
Desate os nós
Esteja livre ...
As mulheres são assim, mudam como o tempo....
Nawá
1 de junho de 2009
Um velho papel bordô
Morrer de sede em frente ao mar
Um velho papel bordô
Lembra-me que o tempo já passou
Vivo só num turbilhão de pensamento
Que saudade, que saudade...
Por onde andará a minha sensatez?
Perdeu-se em outros tempos...
Pensando em versos
Vejo-me de volta
Para os lares antigos de novos beijos
Realejos quentes
De corpos ardentes
Devaneios... apenas devaneios...
De uns tempos pra cá começo a acreditar
Que na cadencia de ser
Vivem-se sete vidas para que?
Uma bússola de ouro
Um relógio antigo
Que nos deixa a esperar o calor que vem desumano...
Hoje certo pesar de descontentamento,
Faz com que eu rogue preces de amor eterno...
Mas se apresse, pois o tempo já passou...
Nawa
22 de maio de 2009
O progresso...
Um cosmo cinza de pessoas mendigantes
Geografias distorcidas,
Espaços abertos,
O sol SE QUEIMOU
De tanto respirar
O amor líquido
Que escorre nas vielas das esquinas paralelas..
Ilusões, sonhos, padrões
O tempo desaprendeu a contar,
Tanto isso, tanto aquilo, tanto faz...
Deixe-me ir...
Embrulhe-me em um saco de pão
Não ha nada aqui..
Não ha nada aqui...
Quem sabe eu possa ser um raio lazer de plutão
E Atirar meteoritos pelo ar..
Alvejando naves perdidas de inimigos antigos...
Uma revolução silenciosa..
Dentro de mim..
Nawá
Irreal
Levando os sonhos nas mãos,
Andando na ponta dos pés
Para não acordar o meu EU que é triste, vazio, ácido..
Perdi o ritmo no descompasso da tua ausência
Um Bálsamo de solidão
Quase escravidão
Eu tão singular virei plural
Rogando ao tempo
Preces de afagos quentes
Lendas tamanhas
Indecentes
Cheia de cais
De caos
Por ali e por acolá
Ir, vir, partir...
Humanamente bicho
Sabendo se mover
Usar, sugar, cuspir...
Navegar e ancorar..
Sei lá...
Nawá
18 de maio de 2009
Respirar
Música alta para os meus ouvidos, por favor... Não quero ouvir meus pensamentos...
Tudo é sufocante em meio a tantos “EUS” achantes,
Silêncio...
Silêncio preciso sentir,
Meu coração anda despedaçando, tanto isso, tanto aquilo, tanto faz...
Tantas certezas, tanta filosofia, tanta orgia,
Quero quanto? E não quero mais..
Quando damos conta nos mudamos para o mundo do outros,
Tornamos-nos o sonho dos outros...
E nós? Fazer o que com tantos sonhos?
Reafirmamos a utopia do que não pode ser?
Silêncio...
Silêncio...
Preciso respirar,
Fazer uma revolução silenciosa,
Sem armas,
Assim sem lar. Sei lá...
Tenho desejos antigos, sonháveis, vivíveis...
Minhas estradas, minhas vielas, meus seringais...
Silêncio...
Preciso sentir o cheiro de lá...
E ficar temporariamente perdida no mar...
Nawá
17 de maio de 2009
Desassossego
Fotografei o seu olhar nessa manhã
Me diziam que essa era realmente a ultima vez...
Da quinta vez que seria a ultima...
Enquanto você dormia eu chorava
Ardia, desfalecia, inquietava,
Coisas malucas...
Queria pedir pra você FICAR baby
Quem sabe a fúria desse froon virá a lapidar...
Tenha dó,
PORQUE tudo é um grande moinho,
Ou somos jogos ou filosofia...
E nessa orgia de querer o que não se pode ter,
FANTASIA...
Você busca a sua luz enquanto eu busco você!!
“Cale-me com um segredo que não possa ver a cor”
Deixe-me ser a sua estranha,
E nas minhas entranhas te deixo ser...
SOMOS uma mistura louca,
Um verbo na contramão,
Querer, saber, enlouquecer...
Fique um pouco mais,
Pois, aqui ainda bate um coração
Não vá agora, não vá, não vá não...
Jackeline Nawá
10 de maio de 2009
Intelectual
Ontem o vi,
Com seu suposto orgulho...
Humano como eu,
Sabendo se mover
Com sua gramática multiverbal,
Generosa transgressão...
Combatente da contra-informação...
Disseminante da contra - hegemonia,
Uma revolução suave...
Mexe comigo,
Deixa-me com vontade de guerrear.
Das tuas curiosas curiosidades
Não te posso abstrair
A poesia é,
E devemos deixá-la assim,
"O prefácio da obra, os preparativos da festa..."
O tempo pode ser espiral..
"Novas perguntas, mais curiosidades, outros mergulhos... Talvez..."
Nawá
3 de maio de 2009
Um dia fora do tempo
Fui à feira comprar um riso, uma flor ou um espinho...
O riso estava em falta e as flores estavam murchas, só me restaram os espinhos.
Voltei a dormir
Coisas a sentir
Uma cadência
Um quarto desarrumado de sonhos vagos
Nem me acho no meio da maquiagem e do velho penteado
Quando acordar volto pra rua em busca de mim
Talvez eu me encontre ouvindo um blues
Talvez eu beba uma bebida flúor
Talvez eu assista uma divina comédia
Ou presencie um grande fato
Talvez eu encontre um riso em papelote
Ou compre uma roupa com decote
Talvez eu nem mais me encontre
E seja manchete de jornal
Talvez eu me mande um poema numa tarde de outono
Ou compre um coração em liquidação
Talvez não me deixe fugir
Talvez eu volte. Talvez Não.
Nawá
28 de abril de 2009
26 de abril de 2009
Pelo sim ou pelo não
Pelas vielas da minha insana espera
Nos açoites das esquinas paralelas
Quantas bocas você diz a me olhar?
Sombras a te dizer
Que o tempo que passa é passado...
Que o tempo que vem é anseio
E que não se fazem mais futuros como antigamente
Pois, os braços de abraços se dispersam ...
Mas, os beijos do passado são eternos
E na vaidade daqueles que amam o tempo e o espaço são pequenos ...
Faço-te então um mapa das minhas novas ruas e das novas rimas do meu querer...
Antes de mais nada, tudo...
Jack Nawá/ Alexandre Silveira
Pelas vielas da minha insana espera
Nos açoites das esquinas paralelas
Quantas bocas você diz a me olhar?
Sombras a te dizer
Que o tempo que passa é passado...
Que o tempo que vem é anseio
E que não se fazem mais futuros como antigamente
Pois, os braços de abraços se dispersam ...
Mas, os beijos do passado são eternos
E na vaidade daqueles que amam o tempo e o espaço são pequenos ...
Faço-te então um mapa das minhas novas ruas e das novas rimas do meu querer...
Antes de mais nada, tudo...
Jack Nawá/ Alexandre Silveira
20 de março de 2009
3 de março de 2009
Que seus pés sejam sempre rápidos
Pois você já se perdeu nos meus braços
E neles ficou
Temporariamente perdido no mar...
Você que não era bom com as palavras
Desdenhava meus traços tortos
Mas a cada contato
E em cada elo, um coração balançava.
Em cada ato de amor um culpado
Em cada despedida um novo encontro
A cada canção uma melodia perdida
Nos meus versos inversos um alto reverso de ti
Olhando para um lugar que desapareceu
Entediada com minhas memórias
Eu sei por que você veio e sei quando você vai embora.
Nawá
26 de fevereiro de 2009
Com cola e pedaço de papel refaço meu próprio mundo
Colorindo pra normalizar
Experimentando os quatro elementos de tudo
Aquarela, céu e mar...
Enquanto eu for um sonho meu
Testo texturas
Remontando fatos
Refaço-me e faço sol
Tiro a casca da tinta envelhecida
E uso o lilás da transmutação
Assim, Reformo um quarto do meu coração.
Nawá
24 de fevereiro de 2009
Seu cheiro intencional
Deixou-me com vontade de fazer samba e poesia até mais tarde,
Corpo, boca e língua...
Resquício de um poema outrora beijado,
Um certo moço de sorriso estrelado
Com olhar arregalado me faz balançar...
Quero-te ver no emaranhado dos dias corridos,
E te roubar dos lábios mais e mais uma vez o teu gosto salgado...
Um livro em que o prefácio
Lembra-me Vinicius ou versos perdidos de um poeta sonoro.
Nawá (Como fonte de inspiração Ivy e Mairon)
23 de fevereiro de 2009
INTIMIDADE
Leve contigo o teu gosto, o teu cheiro.
Queimarei os meus lençóis que guardam nas entranhas o teu gozo perdido.
Quanto tempo leva a vida pra normalizar?
Quanto tempo o corpo leva pra desencarnar?
Minha armadura de papel dissolveu na umidade triste da chuva
E o meu coração ficou em pedaços...
Visto a fantasia do meu carnaval,
Saio em busca do meu bloco perdido
Saudade dói que dói demais
Pele, versos e purpurinas...
“Bandeira branca amor..”
Minha bateria perdeu o ritmo e o meu pandeiro se quebrou..
“..eu peço paz..”
Preciso vestir novamente a minha fantasia de amor
E ver as Serpentinas no salão...
Jack
10 de fevereiro de 2009
Gesticulando fatos fartos de mim
Desprendo-me das minhas asas
Quero agora o chão mais quente,
O calor mais frio,
O vento mais seco,
O vestido mais estático...
As rosas mais vendidas,
O beijo mais azedo,
O corpo mais torto,
O grito mais baixo,
O gozo mais raso...
E deveras quando acordar,
Esteja eu em uma outra vestimenta,
Sem pele,
Só luz.
Nawá
7 de fevereiro de 2009
Eu te chamo quando preciso de você,
[quando] meu coração está em chamas;
Você vem até mim impetuoso e selvagem;
Agora eu descubro que mudei meu pensamento, eu abri a porta...
Você realmente esta dizendo adeus...
Se você vai partir
eu não vou implorar para que fique
Se você tem que ir querido
então talvez seja melhor assim
Eu serei forte
Eu estarei bem
Não se preocupe com meu coração
Apenas saia
veja se me importo
Apenas siga em frente e vá
Mas não se vire
Senão vai ver meu coração se partindo
Não se vire
Eu não quero que me veja chorar
Apenas vá....
Jack
3 de fevereiro de 2009
Oferenda
Deixo falar escuto sobre as ondas, sobre a imensidão do mar.
Falam das sereias e dos tritões
Sem pretensão de me sair em flor, escondo-me em casca.
Noite branda brilhante de luar
Sei lá... Nem sei por onde começar
Começo falando do conforto dos teus braços
Dos sorrisos que nublam os meus sérios..
Tempestade, chuva e vento...
E do encurvado das tuas curvas mais sinuosas..
Sob as curvas que se insinua.
Sinto-te de nada, de flor perfumada.
Amo sem ser desejo.
Amo sem condição, sem prescrição.
Sem data de validade,
Tempo indeterminado de mim.
Pra ti uma bela oferenda,
Daquelas que o mar não deixa levar...
Jack e Carla
Hoje me reinvento, jogo fora roupas antigas que não me cabem mais, um passo pra algo muito melhor, para o amanhã guardo os meus desejos antigos, sem tempo pra me arrepender depois, me visto de festa, e quero dançar a valsa mais sincera, com acordes perfeitos de mim...
Sentir novos modos de sentir, sincronicidade amiga, gozo feito em versos.
Para amanhã nada de certeza, ainda guardo ilusões de novos mundos.
Quero sair sentir o vento, ardente na face.
Vou para Tebas, para o jardim de Epicuro ganhar o mundo de sensação errante e outrem que outrora talvez venha me trombado.
Largar as formas certas escrever meus versos na parede, no papel de pão. Pintando com os dedos as formas que transcendem minha exatidão.
Jack e Carla
1 de fevereiro de 2009
27 de janeiro de 2009
Convergências paralelas do ser
Insuportável leveza do ser
Andando pela rua procurando a lua
Vagante viajante das noites eternas
Na marcha da solidão
Guardando a fé para depois de amanhã
Contos noturnos de um velho profeta dourado
Instantes suspensos
Serenados ao vento
Esse que me leva pra léguas daqui
Como um balão suspenso no ar
Pensamento alado
Acordo após sonhos sonhados...
E vejo tonalidades de um dia a raiar.
Nawá
26 de janeiro de 2009
Não ter asas e saber voar !!!
Não sei se corro pro mato ou pro mar,
Não sei se volto pra casa ou fujo de lá,
Nem sou confusa sempre,
Reinventei uma maneira de complicar o que me pareça simples demais,
Sou imparcial ao tempo,
Atraso as horas que me parecem
intermináveis,
Tenho uma emergência pra ontem,
Deixo de lado toda culpa e indagação,
Tenho apenas a intenção de voar, voar feito
gaivota ou uma fita no ar, tanto faz,
Se não puder voar me mande de volta,
De volta pra lá...
Nawá
Não sei se corro pro mato ou pro mar,
Não sei se volto pra casa ou fujo de lá,
Nem sou confusa sempre,
Reinventei uma maneira de complicar o que me pareça simples demais,
Sou imparcial ao tempo,
Atraso as horas que me parecem
intermináveis,
Tenho uma emergência pra ontem,
Deixo de lado toda culpa e indagação,
Tenho apenas a intenção de voar, voar feito
gaivota ou uma fita no ar, tanto faz,
Se não puder voar me mande de volta,
De volta pra lá...
Nawá
25 de janeiro de 2009
Resquícios
Incerta aurora minha,
campo aberto,
saudade disperça,
comendo poeira estrelar,
cavalo alado,
cão sem dono
lua sem face
planeta solitário
órbita imperfeita de mim
desdenho
longe daqui
perto de lá
distante demais,
sem verso
inverso
sem prosa
disposta
uma rota altera
sem rumo
e sem vela
sem nexo
tristeza minha.
posso chorar?
contenho-me
extravazo?
descaso
descanso
sem pretenção
comendo o mundo
com as mãos
perdendo a noção da hora
como ei de partir??
(Carla, Jack e Ivy)
Foto: Talita Oliveira
Incerta aurora minha,
campo aberto,
saudade disperça,
comendo poeira estrelar,
cavalo alado,
cão sem dono
lua sem face
planeta solitário
órbita imperfeita de mim
desdenho
longe daqui
perto de lá
distante demais,
sem verso
inverso
sem prosa
disposta
uma rota altera
sem rumo
e sem vela
sem nexo
tristeza minha.
posso chorar?
contenho-me
extravazo?
descaso
descanso
sem pretenção
comendo o mundo
com as mãos
perdendo a noção da hora
como ei de partir??
(Carla, Jack e Ivy)
Foto: Talita Oliveira
leafar
Os meus olhos não são promessas,
Meu abraço não tem algemas,
Mais livre que eu só um albatroz.
Não gritarei de cima dos telhados o meu querer,
Deixarei em paz os passarinhos...
Saiba ler o que escrevo e ouvir com os olhos
As minhas manhãs orvalhadas de carinho.
Posso então lastimar os erros passados,
Medos, nem alma é capaz de prever,
Só tu sabes dos teus atos crassos e tácitos.
Tenho em ti apenas a inspiração mais intensa da minha poesia, outrora tão adormecida.
Saboreie apenas...
Na vida só nos resta seguir, um ritmo, um passo e um rio afora...
Nawá
Meu abraço não tem algemas,
Mais livre que eu só um albatroz.
Não gritarei de cima dos telhados o meu querer,
Deixarei em paz os passarinhos...
Saiba ler o que escrevo e ouvir com os olhos
As minhas manhãs orvalhadas de carinho.
Posso então lastimar os erros passados,
Medos, nem alma é capaz de prever,
Só tu sabes dos teus atos crassos e tácitos.
Tenho em ti apenas a inspiração mais intensa da minha poesia, outrora tão adormecida.
Saboreie apenas...
Na vida só nos resta seguir, um ritmo, um passo e um rio afora...
Nawá
Venham amigos. Não é tarde para procurar um mundo mais novo. Minha meta é navegar além do pôr-do-sol. Embora não tenhamos a força de antigamenteMovia céu e terra. O que nós somos, nós somos. Uma boa índole e corações heróicos Enfraquecidos pelo tempo, mas fortes na vontade De lutar, procurar, encontrar E não hesitar.
ALFRED LORD TENNYSON
Foto: Talita Oliveira
Fragmentos de um Drama pessoal
...”sou fera ferida no corpo na alma e no coração”
Em dias passados a alegria fez-se em riso, tudo colorido, aparentemente mágico, mas algo ainda é incerto, a falta do que ainda não se sabe o sabor, não se sabe se tem forma de gente ou de flor...
Tenho viajado por terras distantes, tenho tido sonhos alucinantes (quem dera poder sonhar sempre), tenho ido ao céu, mas ficado mais tempo no inferno, a pele parece querer fugir, um decomposição de mim....
Em dias passados a alegria fez-se em riso, tudo colorido, aparentemente mágico, mas algo ainda é incerto, a falta do que ainda não se sabe o sabor, não se sabe se tem forma de gente ou de flor...
Tenho viajado por terras distantes, tenho tido sonhos alucinantes (quem dera poder sonhar sempre), tenho ido ao céu, mas ficado mais tempo no inferno, a pele parece querer fugir, um decomposição de mim....
Nawá
Assinar:
Postagens (Atom)